Revelando os Brasis | REVELANDO OS BRASIS NO SITE DO PROFISSÃO REPÓRTER

EDIÇÃO - Ano IV

REVELANDO OS BRASIS NO SITE DO PROFISSÃO REPÓRTER

O Revelando os Brasis é notícia no blog do programa Profissão Repórter. O jornalista Caio Cavechini esteve na sexta edição do Comunicurtas, festival audiovisual organizado por André Costa Pinto. Diretor do curta “A Encomenda do Bicho Medonho”, André foi selecionado na segunda edição do Revelando os Brasis. Veja abaixo a íntegra do texto publicado originalmente em http://g1.globo.com/platb/programaprofissaoreporter/2011/09/22/tres-caixoes/.
 
 
Três caixões
 
qui, 22/09/11
por Caio Cavechini
Retirado do Blog do Profissão   
 
Começou com o Revelando os Brasis, um projeto que leva o audiovisual para novos realizadores e novas platéias em cidades de menos de 20 mil habitantes. Navegar nos curtas disponíveis no site do projeto é uma delícia. Muitas histórias boas brotaram dalí –  aliás algumas foram reproduzidas e reverberadas – casos do Seu Brilhantino, do Seu Manoelzinho e da Sidnéia, esses últimos viraram temas de reportagens antigas do Profissão.
 
Mas o festival não é apenas contar histórias, mas também despertar aptidões e desejos de contá-las. E aí que está a incrível história de André da Costa Pinto, estudante de Comunicação Social da Universidade Estadual da Paraíba. Primeiro, ele fez um documentário pelo projeto, o interessante “A Encomenda do Bicho Medonho”. Depois fez outro, rodou festivais, ganhou prêmios, conheceu pessoas e mergulhou na diversidade de produções brasileiras. Resolveu que Campina Grande, Paraíba, também merecia um Festival.
 
No meu primeiro texto, falei sobre a importância de abrir espaços para documentários, acompanhar festivais e até organizar um, se for o caso. Foi o que fez André. Deu trabalho, foi difícil, mas gerou na cidade um engajamento e um voluntarismo invejáveis.
 
Para a primeira edição, ele precisava de um pouco de dinheiro e procurou apoiadores. Um dos poucos que acreditaram foi o dono de uma funerária. Não podia dar dinheiro, mas deu a André três caixões, que foram parar na sala de sua casa. E por lá ficaram até ele encontrar três mortos que ali coubessem – e três famílias que se dispusessem a comprar os caixões para financiar o projeto. Pode-se dizer que André encontrou um bom uso para a morte alheia, além da doação de órgãos, claro.
 
Neste mês, estive na sexta edição do Comunicurtas, festival criado pelo estudante, que ganhou o apoio da Universidade Estadual da Paraíba e, mais que isso, a presença de um público assíduo e de um batalhão de fiéis voluntários. Eu que imaginei estar indo para um evento mais com cara de semana de comunicação, tive uma maravilhosa surpresa ao ter participado de um festival que conseguiu envolver a cidade, os universitários, a turma do cinema e o povo que veio de fora.
 

Pode parecer um pouco ingênua essa admiração pelo heroísmo de iniciativas como essa, mas queria compartilhar a foto que tirei realmente emocionado no momento em que o público aplaudiu André e seu time. 

 
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