Revelando os Brasis | Moradores estudam roteiro para ficção com Paulo Halm

EDIÇÃO - Ano VI

Moradores estudam roteiro para ficção com Paulo Halm

 

Uma imagem pode até falar mais que mil palavras. Mas qual é a imagem que melhor substitui esta palavra? E, mais precisamente, que palavra é esta? Este é o desafio lançado pelo roteirista e diretor de TV, Paulo Halm, professor de roteiro das Oficinas de Realização Audiovisual do Revelando os Brasis VI, aos moradores de pequenas cidades com até 20 mil habitantes. Os alunos tiveram histórias selecionadas pelo projeto e, agora, têm a missão de transformar o que contaram em filme.

Quem se insere no mundo audiovisual precisa percorrer passos importantes para utilizar este canal de comunicação e expressão. “Primeiro é o desapego porque muitas histórias têm um envolvimento pessoal. Há um choque inicial em descobrir que alguns elementos importantes para o autor não são para o filme”, conta o professor.

Ao longo da jornada, o autor encara sempre novos desafios. “A cada momento, o autor tem que fazer uma transformação para o veículo para o qual ele está trabalhando. Por exemplo, o autor escreve um conto para ser lido. Depois, vai escrever um roteiro para ser produzido. Em seguida, vai fazer um audiovisual para ser visto e ouvido. Este autor vai conhecer uma nova técnica, novos recursos, elementos que precisarão ser mudados para tornar mais rico o trabalho”, explica Halm.

Aprendizado permanente – Segundo o professor, um outro desafio na criação de uma obra audiovisual é contar a história num tempo pré-determinado sem perder a beleza, a poesia e a emoção. O formato do projeto prevê a realização de filmes de curta-metragem com até 15 minutos. Diante da necessidade de escolher o primordial para contar neste tempo surgem outros questionamentos: “Qual recorte preciso fazer nesta história, o que entra e como entra?”, pergunta o cineasta aos alunos.

Durante o primeiro dia de aula, Halm ouviu os autores e orientou cada participante a descobrir a essência e os elementos fundamentais destas histórias. E, conforme orienta o cineasta, mais perguntas despontam na caminhada de descobertas cinematográficas: Por que estou mostrando isso? Por que estou revelando isso nesta ordem? Por que estou mostrando isto com esta intensidade? Neste processo de aprendizagem sobre o roteiro, o autor é motivado a ver a sua história em imagens, organizando tais elementos em cenas.

Desde a criação, em 2004, o projeto produziu 180 documentários e ficções que retratam a memória e a diversidade de pequenos lugares. Na sexta edição, os 15 autores foram distribuídos em duas turmas de roteiro, conforme o gênero cinematográfico, em documentário e ficção.

Saiba mais sobre o professor – Paulo Halm assumiu a missão de orientar os autores das ficções. Formado em Cinema pela Universidade Federal Fluminense, ele escreveu, entre outros, os roteiros de filmes como “Dois Perdidos Numa Noite Suja”, “Achados e Perdidos”, “Olhos Azuis”, de José Joffily, “Pequeno Dicionário Amoroso”, “Amores Possíveis”, “Sonhos Roubados”, de Sandra Werneck, “Casa da Mãe Joana 1 e 2” de Hugo Carvana.

Em televisão, é um dos autores  da 22ª temporada de Malhação e da novela Totalmente Demais da Rede Globo. Como diretor, além de vários curtas e médias-metragens premiados, dirigiu “Histórias de Amor Duram Apenas 90 Minutos” e o documentário de longa-metragem “Hijab, Mulheres de Véu”. Paulo Halm está preparando o seu próximo longa-metragem chamado Matrioska cujas gravações estão previstas para começar no primeiro semestre de 2018.

 

 

 

 

 
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