Revelando os Brasis | Moradores de pequenas cidades gravam programa no Canal Futura, no Rio de Janeiro

EDIÇÃO - Ano V

Moradores de pequenas cidades gravam programa no Canal Futura, no Rio de Janeiro

Nove professores, quatro jornalistas, dois produtores culturais, um ferroviário aposentado, uma estudante, uma pedreira, um sociólogo e uma vendedora sairão de diferentes partes do Brasil para gravar um programa no Canal Futura, no Rio de Janeiro.

Moradores de pequenas cidades, eles foram selecionados pela quinta edição do Revelando os Brasis e, através do projeto, transformaram suas histórias em documentários e ficções. Após gravarem os curtas-metragens e exibirem as obras numa telona para a comunidade do município onde vivem, os diretores agora falarão como foi a experiência de realização audiovisual.

O Projeto Revelando os Brasis tem realização do Instituto Marlin Azul e conta com o patrocínio da Petrobras. O Programa de TV Revelando os Brasis é uma parceria entre o Instituto Marlin Azul e o Canal Futura.

Com duração de 30 minutos, cada episódio será composto por uma entrevista com o realizador e, ao final, pela exibição do filme deste diretor. Ao todo serão gravados 20 programas. Além de valorizar o brasileiro e histórias que compõem a diversidade cultural do país, o programa tem por objetivos veicular para todo o território nacional uma produção audiovisual inteiramente produzida por moradores de pequenas cidades brasileiras e apresentar o universo cultural, os anseios e as percepções destas comunidades sobre suas realidades. As gravações acontecerão no período de 20 a 24 de junho. O cronograma de exibição será anunciado no segundo semestre.

Histórico – Criado em 2004, o Revelando os Brasis tem por objetivo geral promover a inclusão e a formação audiovisuais através do estímulo à produção de filmes. O projeto promove processos de iniciação audiovisual, oferecendo aos moradores das pequenas cidades a possibilidade de contar as suas próprias histórias por meio de filmes que retratem o seu universo simbólico.

O Revelando os Brasis é desenvolvido nas etapas de formação, produção e difusão. Na primeira fase é realizado o Concurso Nacional de Histórias direcionado aos moradores de cidades com até 20 mil habitantes. A quinta edição bateu o recorde de inscrições: foram recebidas 951 histórias de todos os cantos da país. Dos 5.568 municípios brasileiros; 3.924 têm até 20 mil habitantes, de acordo com dados do IBGE (2010). Setenta por cento das cidades do país são contempladas pelo projeto.

A Oficina de Formação Audiovisual, no Rio de Janeiro, é a segunda etapa. Nela, os 20 autores das histórias selecionadas, aprendem, com a orientação de profissionais renomados do cinema, todas as etapas de realização de um filme, incluindo roteiro, produção, direção, som, fotografia, direção de arte, edição, finalização, comunicação e mobilização comunitária.

Na terceira fase, os autores retornam às suas cidades para a filmagem, com recursos e o acompanhamento técnico do projeto. Por meio de um processo de mobilização, familiares, vizinhos, amigos e artistas locais são estimulados a integrar as equipes, desempenhando funções artísticas, técnicas e de apoio.

A quarta etapa é marcada pelo Circuito Nacional de Exibição. As obras são apresentadas em sessões abertas e gratuitas nas cidades selecionadas e nas capitais dos estados envolvidos. A maratona de exibição da quinta edição começou no dia 22 de outubro e prosseguiu até 03 de dezembro do ano passado, totalizando 34 sessões e reunindo, ao todo, 12 mil espectadores.

Para completar o processo de difusão, todas as obras, reunidas em um box de DVDs contendo ainda o making of do projeto, são distribuídas para cinematecas, escolas públicas, universidades, pontos de culturas, cineclubes e órgãos públicos ligados à educação e à cultura de todo o Brasil.

Os filmes são ainda exibidos em mostras e festivais nacionais e internacionais. Desde a criação do projeto, há doze anos, foram realizadas 180 obras audiovisuais dirigidas por moradores de pequenas cidades.

 

Conheça as histórias e os autores

 

A Mãe dos Vaga-Lumes

Roteiro, direção e produção: Alcinéia Marcucci

Corumbataí – SP

Nasceu em 1981. Ensino Superior. Professora de Arte.

Ficção: Entre o sonho e a realidade há um brilho pulsando nos olhos de uma criança. Inspirado em fatos reais, o filme mostra o convívio de uma menina solitária e sua amiga imaginária. Com brincadeiras simples, causos e lendas, a história se move para o universo dos sonhos, buscando encontrar significados para os mistérios da vida.

 

As Lavadeiras: o Viver das Águas

Roteiro, direção e produção: Ana Beatriz Barbosa Ferreira

Arroio do Sal – RS

Nasceu em 1958. Ensino Superior. Professora.

Documentário: O filme mostra a importância da água para a vida de Arroio do Sal.  A lavagem das roupas dos moradores e veranistas tornou-se referência na memória coletiva da comunidade, transformando-se num patrimônio imaterial.

 

Afogados

Roteiro, direção e produção: Ana Paula Rocha

Palmeiras – BA

Nasceu em 1994. Graduanda de Letras Português/Inglês. Estudante.

Documentário: Relatos de moradores de Palmeiras relacionam a decadência do garimpo da região ao alto consumo de bebidas alcoólicas na comunidade.

 

Sobrou pra Nós

Roteiro, direção e produção: Augusto César dos Santos

Meruoca – CE

Nasceu em 1985. Graduando de Ciências Contábeis. Produtor Cultural.

Ficção: Nildo e Vivi eram um casal feliz. Saíam pra comer fora aos domingos, viajavam uma vez ou outra, a vida ia bem.. até que surge um homem elegante e convincente na casa do casal.

 

Amor e Renúncia

Roteiro, direção e produção: Benedita Benilda de Souza

Aiuaba – CE

Nasceu em 1975. Ensino Superior. Professora.

Ficção: Baseado em fatos reais, o filme conta a história de um romance proibido que aconteceu em meados do século XVII, dando início ao processo de formação de Aiuaba.

 

Mulher Guerreira

Roteiro, direção e produção: Carlúcia de Melo Soares

Arraias – TO

Nasceu em 1987. Ensino Médio. Pedreira.

Documentário: O filme conta a história da diretora, uma descendente quilombola que não desistiu diante das dificuldades, estudando, aprendendo a profissão de pedreira e conquistando sonhos.

 

Dona Ginu

Roteiro, direção e produção: Fabiano Silva Ferreira

Uruburetama – CE

Nasceu em 1984. Ensino Superior. Professor.

Documentário: Dona Ginu é uma contadora de histórias, considerada patrimônio histórico-cultural de Uruburetama.  Alguém que reconhece suas origens e irradia alegria.

 

Japurá, o Povo Que Virou Açúcar

Roteiro, direção e produção: Geraldo Bellinelo

Tabapuã – SP

Nasceu em 1958. Ensino Superior. Jornalista.

Documentário: Japurá amarga há muitos anos a fama de vilarejo fantasma. A progressista vila de outrora deu lugar a extensas plantações de cana-de-açúcar, restando apenas a antiga estação ferroviária, a cadeia velha, a capela e dispersas casas com seus poucos moradores, suas histórias e lembranças.

 

A Troca

Roteiro, direção e produção: Joelma Silva Ferreira

Candeias do Jamari – RO

Nasceu em 1970. Ensino Superior. Vendedora.

Ficção: Aproveitando a passagem de uma tribo indígena pelo acampamento de seringueiros, crianças trocam a irmã mais nova por um papagaio. Baseado em fatos reais.

 

Recomendação das Almas

Roteiro, direção e produção: José Sebastião Cocharski

Irineópolis – SC

Nasceu em 1956. Ensino Superior. Professor.

Documentário: Nesta antiga tradição de Irineópolis, um grupo de pessoas da zona rural sai à noite, durante a quaresma, visitando as famílias da comunidade, cantando essa oração, acompanhada por um instrumento rústico de madeira chamado “Matraca”.

 

Vida, Saudosas Lembranças…

Roteiro, direção e produção: Luciano Guimarães de Freitas

Águia Branca – ES

Nasceu em 1982. Ensino Médio

Produtor Cultural

Documentário: No infinito espaço entre o nascer e o morrer vive um traço particular de experiências e emoções. A morte traz a dor que, com o tempo, acaba por se abrandar, permitindo viver a saudade e as lembranças.

 

Simplesmente Lúcia

Roteiro, direção e produção: Luzia de Queiroz Cassiano

Douradina – PR

Nasceu em 1956. Ensino Superior. Professora.

Documentário: Mulher de 80 anos que tem na memória poemas e cantigas que são para ela pedaços de vidas vividas: tristes, alegres, patrióticos, críticos de amor… Lúcia brinca com as palavras e sentimentos do cotidiano.

 

Quando Batem as Seis Horas

Roteiro, direção e produção: Mikaely de Sousa Batista

Aparecida – PB

Nasceu em 1992. Ensino Superior. Jornalista.

Ficção: Docudrama que detalha a importância do rádio, em pleno século XXI, na vida de uma mulher solitária, que vive na zona rural de Aparecida.

 

Mistérios no Bairro Japão

Roteiro, direção e produção: Pedro Dias Teixeira

Brazópolis – MG

Nasceu em 1963. Ensino Superior. Professor.

Ficção: Dona Antônia leva seus netos para visitar a fazenda onde nasceu, e conta as histórias fantásticas acontecidas com sua família, envolvendo seu pai e o senhor Pedro Maria, um curandeiro conhecido na região.

 

As Benzedeiras do Azeitão

Roteiro, direção e produção: Reinaldo Moraes Guimarães

São Domingos do Azeitão – MA

Nasceu em 1979. Ensino Superior. Sociólogo.

Documentário: Inspirados pela tradição e devoção, alimentados pela fé em Deus e com a intercessão dos santos, mulheres e homens ainda guardam um conhecimento passado de geração em geração, na pequena cidade de São Domingos do Azeitão, no Maranhão.

 

Os Sonâmbulos

Roteiro, direção e produção: Renata Loureiro da Silva

Santarém Novo – PA

Nasceu em 1980. Graduanda em Pedagogia. Professora.

Ficção: No silêncio das noites amazônicas, dois meninos quebraram a rotina e despertaram o sossego de um povoado ao protagonizarem um estranho caso de sonambulismo.

 

Sonho Novo

Roteiro, direção e produção: Sandra Oliveira Buriti

Barra de Santa Rosa – PB

Nasceu em 1975. Ensino Superior. Professora.

Ficção: No curimataú paraibano, o jovem Romário sonha em ser universitário, mas a seca o obriga a procurar emprego em outro Estado. O inesperado acontece quando a pequena Natinha dorme: seus sonhos mudam completamente a viagem dos dois.

 

O Trem Fantasma e a Viola de Cocho

Roteiro, direção e produção: Sebastião de Souza Brandão

Ladário – MS

Nasceu em 1944. Ensino Fundamental. Ferroviário Aposentado.

Documentário: Ao som da viola de cocho, o reencontro, as lembranças e a memória afetiva de ex-ferroviários que trabalharam na construção da linha férrea de Ladário e viveram muitas histórias fantásticas.

 

Aboio, a Poesia do Vaqueiro

Roteiro, direção e produção: Tárcio Araújo

Lajes – RN

Nasceu em 1976. Ensino Superior. Jornalista.

Documentário: Com ênfase no aboio, a cantoria típica dos vaqueiros, a história revela as nuances do cotidiano, lendas, relações sociais e o imaginário que norteiam as tradições dos chamados heróis do sertão.

 

Vinillis Frutiferis

Roteiro, direção e produção: Victorhugo Passabon Amorim

Vargem Alta – ES

Nasceu em 1989. Ensino Superior

Jornalista

Ficção: Um jornalista vai ao interior do Espírito Santo conhecer a Vinillis Frutiferis: uma árvore cujos frutos são discos de vinil e que precisa que os beija-flores, com seus bicos, toquem a música. Num jogo entre a realidade e a fantasia, descobrimos as histórias e as relações dos moradores que preservam essa espécie até hoje.

 
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