Revelando os Brasis | Chegou a hora de fotografar para o cinema!

EDIÇÃO - Ano VI

Chegou a hora de fotografar para o cinema!

Ao mesmo tempo em que transformam histórias em roteiro, aprendem a dirigir uma obra audiovisual e estudam como montar um plano de produção de um filme, os autores do Revelando VI foram provocados a pensar as histórias em imagens. As turmas de documentário e ficção tiveram as primeiras aulas de direção de fotografia com o fotógrafo Alex Araripe.

Se o cinema é uma sequência de fotos em movimento, o termo fotografia representa um conjunto de decisões sobre a definição de planos, enquadramentos, movimentos de câmera, tipos de lentes, filtros e iluminação, e carrega inúmeras outras escolhas.

“Uma obra audivisual é um processo totalmente orgânico. Todos os elementos narrativos do filme: som, fotografia, direção de arte, narração, atuação, tudo isto tem que estar contando uma história. A fotografia vai transformar aquela história em imagens. A concepção destas imagens, aspectos como sensação, ritmo, cor vão ajudar a criar todos os climas e expectativas que o diretor quer passar para tela”, resume o professor.

As impressões – A maioria dos selecionados nunca participou de uma produção audiovisual. Porém, depois de oito dias de imersão na linguagem audiovisual, os participantes começaram a desenvolver um novo olhar para as histórias selecionadas pelo Concurso Nacional do Revelando os Brasis.

“Os autores estão muito seguros, já tomaram decisões e já sabem o que vão fazer para a realização de seus filmes. Você sente que os outros professores estão dando um embasamento muito legal para os autores. Os participantes estão ansiosos mas sabem muito o que querem”, comemorou Araripe.

Morador de Urucuia, em Minas Gerais, o autor da história “Carambola, o Destino de um Povo”, Marcelo Sannyos, pretende mostrar o cotidiano e o isolamento de uma família descendente de escravos, remanescente de uma comunidade quilombola, localizada na região.

“Geralmente, estamos acostumados a ver fotografia como foto. Mas quando temos a oportunidade de ver a fotografia como uma imagem ou um vídeo, existe uma diferença incrível. Eu tinha uma visão do meu filme, mas agora, com a orientação do professor, eu passei a ver a história através da iluminação, do posicionamento de câmera, de conceitos que vão fazer diferença no meu curta-metragem”, analisa o artista visual Marcelo Sannyos.

Para o morador de Quebrangulo, em Alagoas, Joelson de Oliveira Silva, a aula de fotografia abre novos horizontes criativos. “Esta aula está me trazendo uma visão mais ampla de iluminação, de enquadramento, de movimentos de câmera, todo este processo que em conjunto vai gerar uma imagem que vai aprimorar o meu filme”, avalia Joelson.

O alagoano transformará em audiovisual a história da “Nega da Costa”, uma tradição popular do município, quando homens se vestem de mulher, e com o corpo pintado, dançam pelas ruas da comunidade. Este era o disfarce usado pelo negros para impedir o assédio dos senhores de engenho em relação às escravas.

Saiba mais sobre o professorAlex Araripe é formado em Cinema pela Universidade Federal Fluminense, ministrou aulas de fotografia e iluminação no curso da Universidade Estácio de Sá até 2009. Trabalha para várias produtoras do Rio de Janeiro, atua como fotógrafo freelance nas áreas de TV, publicidade e ficção.

 

Fotos: Ratão Diniz/Instituto Marlin Azul

 
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